Determinação do teor ótimo de substituição do cimento Portland por pó de pedra por métodos de empacotamento de partículas e análise do excesso de água na consistência de pastas

  • Heloisa Fuganti Campos Universidade Federal do Paraná
  • Thaisa Mariana Santiago Rocha Universidade Federal do Paraná
  • Giovana Costa Reus Universidade Federal do Paraná
  • Nayara S. Klein Universidade Federal do Paraná
  • José Marques Filho Universidade Federal do Paraná

Resumo

O cimento é considerado o componente de base com o maior impacto ambiental na construção civil, em termos de emissão de CO2. Quanto aos agregados, à informalidade nos processos de extração da areia natural agrava o impacto ambiental. Além disso, o processo de cominuição das rochas, além da areia artificial, gera pó de pedra que acaba sendo estocado ao ar livre, gerando danos ambientais. Assim, a substituição do cimento por pó de pedra aparece como uma alternativa atraente em direção à dosagem de concretos sustentáveis. Nesse contexto, o objetivo do presente trabalho é determinar a máxima densidade de empacotamento de partículas em pastas compostas por cimento Portland, sílica ativa e pó de pedra, buscando determinar o teor ótimo de substituição do cimento pelo pó de pedra. Além disso, pretende-se verificar a influência do excesso de água na consistência das pastas produzidas. A substituição foi feita em teores iguais a 0%, 7%, 14% e 21%, em volume, e para cada teor foi determinada a densidade de empacotamento analiticamente, pelo modelo CPM e as combinações foram reproduzidas experimentalmente. O excesso de água foi verificado pelo ensaio do mini cone de Kantro. Os resultados demonstraram que o maior teor de substituição do cimento pelo pó de pedra obteve a maior densidade de empacotamento, experimental e analítica e a maior trabalhabilidade, possibilitando vantagens econômicas e ambientais. Analisando os materiais separadamente, o pó de pedra obteve a maior densidade de empacotamento e a sílica ativa o menor. Dessa forma, comprovou-se que partículas mais finas resultam em menores densidades de empacotamento, devido a maior superfície específica, que demanda mais água, e a aglomeração das mesmas, que resulta em mais espaços vazios entre os grãos. Além disso, a fluidez das pastas produzidas aumentou com o acréscimo do teor de pó de pedra. Como o excesso de água é o responsável pela lubrificação da pasta, uma densidade de empacotamento mais elevada, para um determinado volume de água, melhora a fluidez.

Biografia do Autor

Heloisa Fuganti Campos, Universidade Federal do Paraná
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Construção Civil da Universidade Federal do Paraná, na área de concentração Materiais e Estruturas. Mestre em Engenharia de Construção Civil pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Construção Civil da Universidade Federal do Paraná. Especialista em Sistemas Estruturais de Concreto, pelo Instituto de Educação Tecnológica De Luca Daher e Engenheira Civil graduada pela Universidade Federal do Paraná. Professora do Departamento de Construção Civil da Universidade Federal do Paraná nas áreas de Gerenciamento de Projetos, Construção Civil e Materiais de Construção Civil. Atua na área de materiais de construção civil com foco em novas tecnologias do concreto e sustentabilidade e na execução de projetos estruturais.
Publicado
2019-01-21
Seção
Articles